segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Homenagem a Chloé Graftiaux

Começo a postagem de hoje exprimindo minha tristeza pela perda de Chloé Graftiaux. Aos 23 anos, a jovem escaladora partiu. Caiu num abismo de 600 metros nos Alpes. Queda vertiginosa após uma carreira fulgurante.

Conheci Chloé quando esta tinha 14 anos. Fomos escalar na academia de Puurs, onde ela, sua irmã e um amigo fizeram vinte e duas vias. Diante de tamanho entusiasmo, resolvi escrever um artigo sobre os três adolescentes. E lá fui com o Trio Mutante para as paredes de Freyr, no sul da Bélgica. Fizemos uma sessão de fotos e entrevistas. Sua irmã Alix e seu amigo Florian tinham talento, era inegável. No entanto, Chloé possuía algo mais. Uma determinação, uma vontade, uma "raça" que vi em poucos escaladores ao longo dos anos. Sabia que estava diante de uma futura campeã. O tempo confirmou minha intuição. Chloé se tornou uma atleta de alto nível, campeã de escalada na Bélgica, campeã mundial. Subiu muitos pódiums. Mas ela era mais do que isso. Chloé não se contentou em "escalar plástico", isto é, em subir muros artificiais com agarras sintéticas. Ela ouviu o chamado selvagem da montanha e atendeu ao apelo. Pagou um preço alto demais pela vertigem dos cumes. Pagou com a vida. Sua timidez, sua simpatia e seu sorriso se foram.Tão cedo...

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